quinta-feira, 4 de julho de 2013

Os pupilos do Sr. Reitor


As pombinhas da Catrina,
andaram de mão em mão,
foram ter à quinta nova,
ao pombal de S. João.
 
Ao pombal de S. João,
ao quintal da Rosalina.
Minha mãe mandou-me à fonte,
eu parti a cantarinha.
 
Ao passar o ribeirinho,
água sobe e água desce,
dei a mão ao meu amor,
não quis que ninguém soubesse.
 
Se tu és o meu amor,
dá-me cá os braços teus,
se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus.
(…)
 
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O espaço do recreio é um momento de ternura comovente.
As meninas a saltar à corda, os rapazes a jogar à bola, o olhar do reitor, benévolo, através das vidraças do seu gabinete. Às vezes, sabe-se, lá vai um chuto com maior violência, menos pontaria e pim, pam, pum! quebra-se a vidraça e um valente galo sobressai na fonte desguarnecida do venerando professor.
A conta do vidraceiro desta vez veio salgada – 2,6 mil milhões de euros. Mas que é isso face à rebeldia dos sempre irrequietos jotinhas?
Coisas de somenos, para o olhar embevecido de quem realizou um sonho que alguns diziam impossível – «um Presidente, um governo, uma maioria».
Venham os contínuos, que limpem a barafunda e, cantando e rindo, que regressem às aulas os pedrinhos, os paulinhos e as mariazinhas do nosso encanto.
 
António Melo

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