Sabe-se que sem ricos
não há pobres. Apesar das adversidades internas e externas o XIX Governo manteve
o rumo. Com Passos Coelho ao leme e Cavaco Silva a bombordo, logrou fazer
crescer as grandes fortunas nacionais.
É o que sem margem
para dúvidas atesta o Diário de Notícias
na sua edição de 30/6/13. Nos anos anteriores houve alguma turbulência e todos
nos lembramos da choradeira que por aí foi sobre a pobreza dos ricos. A
normalidade voltou, felizmente (para eles).
Naturalmente que houve
que proceder a acertos e se «o número de milionários subiu 3,4% no ano passado
e está a caminho dos 11 mil portugueses com mais de um milhão de dólares», como
diz o Jornal Económico na sua edição
de 25/6/13, foi preciso «sacar mais 38% de IRS a cada trabalhador», como
titulou o jornal i, na edição de
27/6/13.
Filipe Paiva Cardoso,
o jornalista que trabalhou esta matéria, explicou como se chegou a esta
percentagem:
«A paixão pela
austeridade e o desejo de ir “além da troika”
alimentado pelo governo intensificou a recessão de tal forma que as receitas
fiscais entraram em colapso, obrigando o executivo a mudar de estratégia e a
concentrar baterias no IRS - imposto que, ao contrário dos outros, é quase
impossível de evitar.
O resultado deste
cerco ao IRS pode ser agora avaliado com mais profundidade: o Estado já
arrecadou mais 37,4% com cada trabalhador em Portugal que em 2012, valor que
explode até aos 62,2% se compararmos com 2011.»
Porém, nem tudo são
rosas e há um espinho que pica as herdeiras do Banif, que contrataram o antigo
ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e um banqueiro bem relacionado
com os gabinetes ministeriais, Jorge Tomé, para lhes tratar dos negócios.
Ainda não se sabe o
fim do folhetim, mas o certo é que o Estado português, ou seja, todos nós, já
enterrou – literalmente – 1,1 mil milhões de euros neste banco, a fim de o
recapitalizar.
O Eurostat não confia
na recuperação do Banif e incluiu nas despesas do Orçamento de Estado para 2013
a fatia de 700 milhões de euros, com grande aborrecimento do economista Cavaco
Silva, que explicou que aquele dinheiro era de retorno seguro e a juros altos.
Deve ser como no BPN.
Um outro economista,
Pedro Lains, no seu blog http://pedrolains.typepad.com/,
ironizou com esta pouco crível recuperação do Baah, Nif, de «valor equivalente ao ‘chumbo’ do Tribunal
Constitucional e a duas ou três ‘TSU dos pensionistas’», e, sempre a chalacear,
assegura que está «tudo bem, até porque o Estado vai ‘recuperar o dinheiro’» e
no final Bruxelas verá que errou.
Em conclusão: «Vão ser
cobrados ao banco juros de 8 ou 10% (perdi o rasto à loucura), mas isso nem
interessa muito pois este arranjará maneira de pagar», seja como for, sendo que
o mais provável seja colocando o “empréstimo” de 1,1 mil milhões na rubrica da
dívida pública.
Haja respeito pelos
credores, dizia o ex-ministro Gaspar, em coro com o 1º ministro. Também acho.
António Melo
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