segunda-feira, 29 de julho de 2013

Brrr… tenham medo, muito medo!

 

Registo de leituras

Os jornais deste fim-de-semana alinharam sem exceção pelo padrão do castigo a quem se porta mal. Os mal comportados são, obviamente, os portugueses sem contas bancárias acima dos cem mil euros.
O Expresso, o de maior influência política nos cafés e nas praias, foi o que levou mais longe este medo dos fantasmas.
Num artigo de p. 3, que traz a assinatura do diretor, Ricardo Costa, e de um “sénior” em questões europeias, Daniel do Rosário, abre-se a torneira das fontes nunca citadas.
É de tal modo uma prosa feita à mesa da redação, com o telefone ligado «a uma fonte» que merece ser reproduzido.
Lá para o fim vem o nome de Durão Barroso a estender, ríspido, o dedo ao PS, mas nem isso é notícia – trata-se de uma declaração de quarta-feira passada, dia 24, descontextualizada, a propósito da remodelação governamental.
Na atitude própria a quem recebe e leva, os dois autores da «Crise trava negociação do défice para 2014», sublinham, na parte final, o sentido da prosa: «Não obstante, o envolvimento do PS no processo é desejado por Bruxelas: ‘Seria útil’, admite uma fonte europeia (…)». Sobre o que deixava entender o título, nada de concreto, as negociações com os credores nunca foram tão difíceis e etc. e tal.
É certo que há bruxas e bruxos, mas esconde-los atrás de fantasmas evanescentes dá mau resultado, por definição são transparentes e vê-se a mãozinha que os faz mover.
Basta seguir o carinho de Passos Coelho pelo «Portugal profundo», a receber a medalha de ouro municipal em Vila de Rei, Pombal…
Cavaco Silva, Presidente da República, dá um empurrãozinho para ver se as eleições autárquicas não são um desastre eleitoral.
A apatia estival favorece-os. O futuro dos portugueses que vivem do que ganham e das suas pensões é nebuloso e nem o sol de agosto o dissipa.

Vamos a eles?

António Melo

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