segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O mal não vai de férias

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Esta narrativa integra sem dificuldade alguns factos que chocam o cidadão comum (casos de endividamento para consumo, muita formação profissional ineficaz, obras públicas de duvidosa utilidade, distribuição de empregos no Estado e empresas públicas, corrupção de vários tipos, etc.) ligando-os a má gestão do Estado, "a causa" da crise. É uma narrativa muito forte porque é plausível para o cidadão comum sem formação específica. Assim sendo, seria de esperar que as esquerdas tivessem investido fortemente na elaboração de uma alternativa, até porque a política de austeridade que tem sido seguida produziu uma calamidade social. Infelizmente, apenas foram produzidas narrativas parcelares sem consistência global. Uma contranarrativa teria de explicar em linguagem simples e popular que o endividamento foi gerado pela perda do escudo e que isso conduziu ao crédito fácil e à desindustrialização do país. Teria de dizer que com o euro perdemos as políticas de que precisamos para ir mais além no desenvolvimento. Teria de dizer também que perdemos a liberdade para decidir sobre as diversas vertentes do Estado social porque essas escolhas já estão feitas e inscritas nos tratados, as que a Alemanha aceitou ou mesmo impôs. Teria de dizer que não temos futuro dentro do euro.
Em Agosto, a narrativa neoliberal não foi de férias. [Jorge Bateira (Jornal i)]
 
 

Eles bombardeiam-nos com meias-verdades e mentiras, assustam-nos com os “pecados” cometidos. Vestem-se de purificadores, de salvadores. Apresentam-se como única alternativa.
E nós?
Assumimos uma culpa que não temos? Acreditamos na mentira que nos vendem?  Aceitamos o castigo e achamos que não há outra saída?
Lutar contra, de todas as formas, é o caminho. Porque é nas nossas mãos que está a possibilidade de mudança.
VAMOS A ELES? 
 

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